17/02/2009 - A volta às aulas para os alunos demora, mas para os pais que saíram da maratona de Natal e Ano Novo, parece que é só uma questão de dormir e acordar. Logo no início das férias há a preocupação com os presentes, a ceia, a reunião com família, onde acomodar as crianças nas férias, a colônia de férias etc. Quando as aulas se anunciam, além da matrícula e da compra de materiais escolares, os pais se preocupam em deixar a rotina da saúde em dia, com visitas ao pediatra, ao dentista e ao oftalmologista.
Na idade escolar (em torno dos 7 anos de idade) 7% das crianças têm algum problema oftalmológico (grau, com necessidade de correção), que pode boicotar seu rendimento escolar. Este índice aumenta para 18% na adolescência (em torno dos 14 anos de idade). (1)
A dificuldade visual ocasionada por erro de refração (grau de óculos) pode permanecer para a vida toda se a criança não for corrigida na época que seu sistema nervoso ocular e cerebral tem boa plasticidade (melhor de 0-7 anos). Isso quer dizer que a criança que necessita de correção óptica (óculos) e os usa regularmente vai desenvolver uma ótima acuidade visual, chegando à normalidade.
Assim como afirmam outros colegas da oftalmologia pediátrica (2) a não correção da visão neste momento pode implicar em baixa visão tratável (óculos, lentes de contato, terapia com tampão). Pois temos casos em que, mesmo com todo esforço de tratamento, a visão permanece baixa (catarata congênita, toxoplasmose ocular e outras malformações com o comprometimento da visão).
Triste é saber que a criança poderia ter tratado a dificuldade visual na infância, mas por falta de conhecimento ou acompanhamento regular adequado deixa passar esta época, tão mais fácil de tratar. Recebo muitos e-mail de pessoas acima de 12 anos (20, 30 anos), querendo tratar ainda sua ambliopia. Claro que um exame em tenra idade não vai garantir para a vida toda a não necessidade de correção, mas evita um mal desenvolvimento da capacidade visual e oportuniza o melhor cuidado possível em época adequada.
Por esse motivo uma avaliação anual ou a cada dois anos é interessante, mesmo se a criança não apresenta sintomas. Já se a criança é usuária de correção, esta visita deve ser agendada para cada 6 meses, ou pelo menos, a cada ano.
(1) Dr. Kara José N: revista J Zero, Nº 122, novembro- dezembro, 2008.
(2) Volta às aulas - um bom momento para observar a visão das crianças; Andréa Cristina Grubits, médica do Hospital de Olhos de São Pulo, fonte: Porta Voz-Comunicação Estratégica, 03/03/2008.